Sunday, February 24, 2008

Vörösmarty Mihály (1800-1855)

Poet and dramatist who helped make the literature of Hungary during the era (1825–49) of social reforms. By ridding Hungarian literature of overwhelming classical and German influence, he made it national not only in language but in spirit.

Born into an impoverished noble family, Vörösmarty soon had to provide for himself. From the age…

Quimera/Ábránd


Por teu amor, / Szerelmedért
destruía a razão / Feldúlnám eszemet
e,com ela, todos os pensamentos, / És annak minden gondolatját,
e das doces imagens região; / S képzelmim édes tartományát;
alma soltava aos ventos, / Eltépném lelkemet
por teu amor. / Szerelmedért.

Por teu amor, / Szerelmedért
árvore era no cume / Fa lennék bérc fején,
de rocha,verde folhagem vestia, / Felölteném zöld lombozatját,
sofrendo raio, temporal em fúria, / Eltűrném villám s vész haragját,
e no Inverno morreria, / S meghalnék minden év telén
por teu amor. / Szerelmedért.

Por teu amor, / Szerelmedért
pedra da rocha era, / Lennék bérc-nyomta kő,
ali no fundo em chama ardente, / Ott égnék földalatti lánggal,
numa dor insuportável deveras, / Kihalhatatlan fájdalommal,
sofrendo mudamente, / És némán szenvedő,
por teu amor. / Szerelmedért.

Por teu amor, / Szerelmedért
alma solta um dia, / Eltépett lelkemet
a Deus pediria que devolvesse, / Istentől újra visszakérném,
ornando-me com virtude maior, / Dicsőbb erénnyel ékesítném
e, alegre, eu ta daria, / S örömmel nyújtanám neked
por teu amor. / Szerelmedért!


Vörösmarty Mihály (1800-1855), trad. Ernesto Rodrigues.

Thursday, February 21, 2008

O Eterno namoro entre a estrela e o mar!

O que seria de ti eterna luz cintilante se vivesses sem a bravura deste mar? Sob o teu olhar intenso descreves os teus passos mágicos na areia encharcada pelos carinhos que a tua água te presenteou, sentes o ruído dos cochichos silenciosos a entregarem-se à divina orla das ondas abençoadas, respiras esse cheiro de uma melancolia deveras intensa, poderás algum dia não retratar este quadro como uma monotonia tão feliz? Estão tão sós e tudo permanece nos seus alcances, nos palmos de terra que se esvoaçam pelo ar… A proximidade é bem diminuta, julgamo-los longínquos na sua raiz de visões, na sua contabilização suprema de quilómetros sem fim.

Veneram-se congratulando-se desse amor, amam-se invocando Vénus em todos os altares percorridos em terra ou mar, aclama-se que os seus espíritos se transformem num só corpo celestial manchado em brandas pinceladas de um brilho harmonioso; num corpo marítimo erguido por outras tintas maltratadas, vítimas de um desespero ruidoso para a alcançar.

Sobre esta noite que um Inverno de fria não implementou, baptizo-os alegremente sobre o coroado de algas dispersas entre braços, o amor, a amizade e o vosso luar. Onde as mãos destes seres se cruzam e se desejam unidas até o dia tristemente raiar.

O que seria de ti sem esta noite?

18/02/2008

M.M.

Wednesday, February 06, 2008

Desejo


Há dias assim em que as flores germinam sobre os teus desejos e se exaltam em simples fios dourados sobre o céu. Depende da estação, aquela vibração harmoniosa a acarinhar o cruzar dos vossos olhares sobre o sol, sobre os pingos frescos de chuva. Há dias assim em que saltitamos de nuvem em nuvem aclamando as boas novas deste grande aro de amizade. Se outrora caísse no vazio da atmosfera nua ele teria um abismo na sua idealização de desejo, agora teria uma quantidade de asas que o fariam retornar aos saltitos tranquilos. Há dias assim em que retornamos da base de escassez das palavras e pensamos nelas e o que a ausência lhes guarda, pensamos nas cores mais brilhantes para as brindar no seu regresso, algo com apoteose; recebemo-las com sorrisos, abraçamo-las como se nunca tivessem existido neste mundo de festivais eloquentes. A sonoridade é profunda e harmoniosa, estas entoações de firmeza e de verdade múltipla dão-nos tragos de calmaria. Há dias e dias, há uns que nem existem, outros que guardamos em momentos doces de nostalgia, há outros em que as flores murcham de desgastes constantes e existem alguns como estes que acredito fielmente que jamais serão esquecidos. Há dias assim em que o desejo se torna tema de uma história.
M.M.
06/02/2008