ão te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
A calma do jazigo.
Ai! Não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é a vida.
E a vida nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! Não te amo, não; e só te quero
De em querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
E quero-te não te amo, que é forçado
De mau feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tanto espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
Almeida Garrett, Folhas caídas
15/06/2006
É interessante sentir a casualidade das coisas, sempre gostei deste poema mas sempre me esqueço dele, fica sempre guardado para um reavivar de memórias. Hoje, enquanto fazia uma separação de papel para o processo de reciclagem, encontrei-o num exame de português já algo antigo. Pois bem, fica aqui também aqui algumas pequenas marcas de mais um grande escritor Português:
Almeida Garrett.
1 comment:
Amo esse poema, também m marcou quando andava no secundário.
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