Vejo e revejo ecos de angústias habituais, oiço choros indetermináveis…
A fechadura desliza de uma forma tão natural, esta porta destranca-se tantas vezes, emite tantos ruídos infernais, corrompem-nos os sentidos mais sensíveis, atacam-nos de forma tão cruel, deitam-nos num chão imenso, sem cor, sem brilho… é um dilúvio de tudo, um vazio de nada; um mundo rodeia-nos mas, sentimo-nos tão sós nestes instantes, é como se tivéssemos sido consumidos por algo que tantos conhecem mas que não conseguem explicar, desenhar, acima de tudo fugir. Pergunta-lhe porque sofre, nunca terás resposta a tal pergunta, apenas sentirás os tremores de uma alma ferida por um intenso odor a desespero, sente-se o gosto de tantos medos, deslumbram-se dias que se transformam em anos, a porta não se fecha, é tudo tão escuro, temos medo deste convite temporal…
Fechou-se, mas alguém do outro lado tende a exaltar-se e a combater aqueles trincos com todas as suas forças.
As luzes acenderam-se, está tudo pintado de branco… Sempre sonhei viver neste iglu com portadas viradas para o céu!
M.M.
2 comments:
malditas portas... ja estraguei uma unha a tentar segurar uma porta tua ;P e tu entalaste-te a segurar umas quantas minhas... nao fossemos nos 'um'*
meu outro eu*
Magoa-se o ser em sentido, mas não dá importância!
Pano de fundo:
Pachelbel, Albinoni, Bach, Handel,Tartini, Mozart - Cello Co
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