Dir-te-ia, secretamente, que o meu grande segredo não se pretende revelar a ti.
Despedia-me daqui, pela sombra, ao sabor da tristeza que juntei aos meus pensamentos. Apetece-me subtraí-la conjugando-a ao tempo, bloqueá-la e proclamá-la para lá dos terrores que todos invasores indiscretos me proporcionam.
Eu não sei, nem tu, onde permanece a raiz da promessa que estabeleci entre os nossos pensamentos moribundos, profundos… à relatividade daquela promessa, o acordo definido pelo desespero.
Esqueci-me, na verdade mentia a todas aquelas ideias, de todo aquele sonho que vivia em mim. Porém, numa noite, escrevi à eternidade que me devolvesse o poder de sonhar e percebi realmente que não passara de uma negação onde o objectivo era nunca mais amar-te.
Então o Pequeno Mestre voltou…
E acordou atordoado pelo abanar feroz daquele vento que se insurgia sobre a navegação do grande pássaro. Já não temia a natureza, o pássaro gigante apenas se propunha a observar espantado toda a beleza que a altitude lhe proporcionara. De certo modo, estava consciente que esta sua sonolência tinha durado meses de sonhos, promessas e mais promessas num rodar descontrolado do seu globo. Perguntava-se como teria aguentado, o frio do Inverno, as trovoadas de Outono que tanto adorava escutar sentado na sua cadeira de baloiço. Tinha saudades dela e dos cambaleios que a sua vida dava naquele ranger envelhecido da madeira. Pensamento e mais pensamento… Já não era um sonho, sentia o frio a perfurar a sua alma e instalar-se no seu coração.
M.M.
No comments:
Post a Comment