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Sunday, October 14, 2012

Aí está ele... o primeiro sopro de Outono


Naquela tarde saí à rua e depois de tempos áridos e quentes senti pela primeira vez o sopro do Outono e com tanta saudade a recebi. Era calmo, amigável e dócil, era frio, arrepiante e sereno. Aquela brisa trouxe à tona uma série de pensamentos flutuantes e podia dizer, de facto, que até certo ponto eram brilhantes mas que de tanta alma consumida poderia converter-se em factos exorbitantes ou quiçá perturbantes. Aquela era uma caminhada do meio de tarde, mas os tempos mudaram e soava a final de dia, o sol ainda metia inveja ao horizonte, abanava as asas e fugia para que o tempo se eternizasse e a noite se acumulasse para outra rumaria. E eu embalado naquela senda caminhava destemido pois a brisa de Outono abraçava-se, recolhia-me numa ternura que me ia aos poucos completando. Hoje, contínuo a pensar naquele sopro de vida, naquele embaraço... um sorriso aberto, a brisa a passar, uma mão que se alastra...

M.M

Wednesday, November 28, 2007

Choro das Árvores de Outono

Esperámos tantos meses e nem demos conta desta corrida de velocidades estonteantes com um certo sabor a loucura.

Tivemos tempo para pensar numa após outra a flutuar neste doce mar que desaparece da vista do nosso olhar e nunca nos passou sequer pela imaginação uma simples memória deste momento tão único, verdadeiramente oculto de todos os pensamentos que possamos obter na conjunção de cálculos diários, mensais, quem sabe anuais.

Então conto-vos… Ora mantêm-se intactas, ora ouvimo-las a rugir sob os impulsos das ventanias que do breve ao grave as mantêm vivas.

Chegou a bonança, deslumbre das nossas mentes esquecidas, e são tantos segundos de encanto, serão tantas imagens maravilhosas que a nossa mente vai apagar desnecessariamente. O vento saltou das brumas, elas caíam… o inevitável ser humano lembrou-se, levantou as mãos mostrando a sua pureza aos céus e abraçou todas as gotas imaginárias que a árvore largava em pequenos soluços naturais, enquanto o vento lhe gritava… a árvore chorava o esquecimento.

Sempre contaram-me que se tratava de um correr de estações, chorará por mais esta corrida infernal?

Aproveitemos a dádiva, amanhã serão recordações perdidas a rolarem através dos suspiros melancólicos do vento. Conseguirás ler o tempo?

M.M.