Filho das sombras da noite que se arrasta através da brisa suave da madrugada. Será anjo ou demónio? Será anjo, para os outros não sei; e de que lhe importa os outros se ali está sozinho? Esconde-se pelo silêncio triste que enche por completo a noite, contagiado pela dor que o frio lhe entrega, resignando-se: “Hoje morro, amanhã ressuscito”.
Morre pela gelada madrugada que lhe petrifica o coração, deixando de sentir o seu pulsar, desvanece-se e entrega os seus sentidos a uma terra fria e crua que sem remorsos não os recusará; nem as asas discretas lhe servem de salvação, foram-lhe cortadas para a peregrinação na Terra… descansa sobre o luar. Ressuscita pela manhã, onde o sol já bem no alto entrega-lhe algum do muito brilho que lhe falta, abre os seus olhos e espreguiça-se num turbilhão de emoções, mete-se na estrada e desaparece sem rumo.
E se não ressuscitar? A resposta será clara e directa: “Desapareceu, tornou-se invisível, apagou-se da história da noite, obtendo o seu fim.
M.M
No comments:
Post a Comment