Tuesday, October 23, 2007

Någonsin hit. Ty fadder av min hjärta.

Sente um dilúvio de sensações, perde-se nos mistérios, nas complicações que a vida trata de lhes presentear sem pedir licença, nada pediu e foi-lhe entregue tanta dor. Colocam-no num labirinto perdido, um infinito de paredes iguais, todas da mesma cor onde vagueia sem parar, sem descobrir uma saída que o liberte da angústia de estar perdido nessa encruzilhada mental. Vê uma porta entreaberta, o espaço é pequeno e entra transformando aquele lugar no seu refúgio silencioso; agarrando no seu bloco de mistérios, pegando na sua caneta, vai escrevendo capítulos dos seus dias e deixando-os diante de todas aquelas cruéis paredes brancas. Ninguém chegara para ler os testemunhos, ninguém entrara naquele jogo de saturação, passavam os dias e acumulavam-se as palavras, até que desistiu… juntando-se ao silêncio através das suas palavras.

“Questionar o silêncio profundo, sobre o vazio do meu olhar não há-de ser uma fórmula de grande sucesso para me libertar da prisão dos meus sentidos. É sim, um sufoco desesperado, um processo de execução sem estratégias seguras, mas que me condenam e identificam a porta ao qual não devem bater.

Será que chega alguém? Soltem os vossos passos rápidos, que eu estou à espera!”

Adormecendo…

Horas e horas e mais horas, escutam-se passos revoltados no seio de um eco incomodativo, os seus olhos abrem-se lentamente, e escuta a quebra do silêncio magistral. Parou bem perto da porta, ouvia-se o barulho do papel numa troca intensa de páginas. Bateram à porta de forma terna, esta abriu-se lentamente, acompanhada de um fino ruído que só se dissipou quando se expôs na sua totalidade. Os seus olhos transmitiram-lhe confiança, segurança e levantou-se sonolento e exausto, rompendo o silêncio disse: “Os teus olhos dizem-me aquilo que és, o que vês em mim, aquilo que buscas incessantemente sem saberes o seu propósito, a ajuda que necessitas para arrancar as tuas fraquezas e tudo aquilo que aos teus próprios olhos já não faz sentido, afinal de contas estás aqui não só para salvar-me, estás aqui para ser salva, para que olhes e vejas o que de precioso o teu reflexo te transmite”. Os dois caminharam numa rumaria sem destino e foram-se conhecendo pelo casual silêncio dos tempos, desenvolvendo as claves mais harmoniosas da amizade.

Chora, fala, grita nos meus braços… não tenhas medo, é a chave para sairmos desta encruzilhada onde a vida nos colocou.

Någonsin hit. Ty fadder av min hjärta.

1 comment:

Anonymous said...

Chegaste embalado de silêncios e conquistaste-me sem que desse conta. porque os olhos sao o espelho da alma. o caminho ainda é longo, mas sei hoje que não estamos sozinhos =)*

Pelas lágrimas do sorriso, obrigada!