Anoiteceu, a lua brilhava com supremacia no seu altar longínquo e cá em baixo alguém devorava-a com os seus olhos, orando as suas preces. Eram poucas as palavras, eram poucos os movimentos, os seus olhos brilhavam como um sol madrugador e ia derramando lágrimas que saiam continuamente entoando pedidos de salvação. A salvação saltou dos céus, voando embalada pelos ventos que sopravam levemente e calmamente surgiu ao lado de alguém, sentando-se na areia molhada de costas voltadas para a sua luz. E questionou…
“Porque te escorrem essas lágrimas de angústia? Porque aclamou pela minha vinda?”. Alguém, olhou à sua volta e sentiu que não se encontrava sozinho, tinha sido ouvido e mesmo que os seus olhos nada vissem, respondeu: “Seremos sempre grandes almas, seremos sempre um desejo profundo, serei sempre alguém que ninguém busca, sentiremos sempre um enorme vazio por preencher, somos imagens pintadas por seres humanos em contos de fadas, somos reflexos de memórias perdidas que pairam no ar como folhas de Outono em dias de temporal, perdidas…Sente o pulsar da minha vida, consegues sentir a pureza dos meus actos? Consegues absorver a mágoa que corre emaranhada no meu sangue?
Deixaram-se flutuar sobre o chão luminoso, pedindo licença alguém disse, “Deixa-me contar-te um segredo: Metade de mim adora-me, metade de mim odeia-me…” E a luz apagou-se…
1 comment:
Olá, Marco!
Foi um prazer receber sua visita, inclusive para confirmar o envio das atualizações.
Volto com calma para conhecer seus blogs (3! não dou conta de 01, rs)
Nossos entrelaces e duetos, são
poemas que curtimos fazer, que bom também lhe agradam.
Muito obrigada, em nome da dupla!
Um abraço, Sylvia
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