Friday, April 20, 2007

Não te Amo

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Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n'alma - tenho a calma,
A calma do jazigo.
Ai! Não te amo, não.
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Não te amo, quero-te: o amor é a vida.
E a vida nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! Não te amo, não; e só te quero
De em querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te não te amo, que é forçado
De mau feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tanto espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.

Almeida Garrett, Folhas caídas
15/06/2006

É interessante sentir a casualidade das coisas, sempre gostei deste poema mas sempre me esqueço dele, fica sempre guardado para um reavivar de memórias. Hoje, enquanto fazia uma separação de papel para o processo de reciclagem, encontrei-o num exame de português já algo antigo. Pois bem, fica aqui também aqui algumas pequenas marcas de mais um grande escritor Português: Almeida Garrett.

Sunday, April 08, 2007

Sonho das luzes...

Ontem à noite sonhei…
Estava tudo pintado a preto e branco, uma mistura de sensações reais. No final apenas uma conclusão... Imaginemos um candeeiro que só dará luz através de energia eléctrica, agora supomos que a tomada deixa a funcionalidade para trás e torna-se completamente inutilizável… O Candeeiro naquela tomada eléctrica jamais dará luz a não ser que a arranjem, mas enquanto não é resolvida a avaria o candeeiro ou fica arrumado num canto respirando a sua solidão, ou simplesmente, muda-se para uma outra tomada e dá luz à sua vida noutro canto da casa, quiçá do mundo. Para vermos que a paixão é como a energia eléctrica, tudo tem que estar num enquadramento perfeito. A voltagem da lâmpada com a potência do candeeiro e por consequente a potência do mesmo com o suporte da tomada. No caso de estar errado o enquadramento, apaga-se a luz.
Acordei, mas estava completamente às escuras, deu choque mas não doeu… O triste meus amigos é quando se dá o curto-circuito por razões que não tem outro nome se não de disparate…