Thursday, December 17, 2009

Earthquake Ideas!

Bom, eu estava na dúvida acerca de um possível retorno ao interior mais profundo, acima de tudo não sabia como descer aquela escadaria tão longa, não sabia como lá voltar, que passos seguir e qual seria a minha reacção ao ver um mundo com tantas marcas figurativas. A terra, ao que parece, deu-me um auxílio assustador, agarrou-me na turbulência da sua revolta e conectou-se ao meu subconsciente mais passivo. Ontem parece que a terra tremeu à minha volta, não foi uma simples alegoria, aconteceu de verdade e juro que não estou numa de endoidecer solenemente para pactuar com activistas, o mundo ia-se destruindo em meu redor, os vidros tilintavam desesperos, as portas bramiam insultos dos capitalizados.

O chão tencionava revirar-me a alma e jogou-me no vazio, escadas para quê? Ali estava eu novamente diante de todos aqueles recortes pictográficos (impulsão tenebrosa da magistral aura nostalgia), e comecei a deslumbrar toda uma vida de imagens, letras, pensamentos… alegrias, desventuras, ternuras, tristezas tão doces e amargas no rastreio mais pormenorizado deste temporal de Inverno buscando as suas mais comuns friezas. Eu bem sei que estes dias foram longos, julgo ter vivido aqui bastante tempo, relembro-me da incompreensão em que outrora usufrui como oxigénio para reviver toda e outra vida.

Preto, branco, outro… algo escuro, um pouco mais suave, ameno, calor do mais profundo palpite interno, relembrei-me sempre de ti, nos dias de frio, na coalescência brisa polar que me agasta os maiores recortes temporais, deixa-me pensar, não é preciso palavras mais complicadas para transmitirmos as coisas mais simples da vida. Frio, saudade… Quando as pessoas se retornam numa só alma, o Inverno ganha uma nova vida, a Natureza ruge, supostamente podemos seguir os seus movimentos e sentir algum medo…


(Smoking Ideas... (sorry for the interrumption))


Simples, 3x!


M.M.

Sunday, November 15, 2009

O "meu Mondego"


- Mostra-me o "teu Mondego"...

- Mondego? Não deveria existir apenas um?

- Sim e só existe um, mas estás no teu sonho e podes ter nele todos os rios deste mundo.

- Humm, não deixa de ser pertinente. Mas então qual seria o "meu Mondego"? E porque se chamaria Mondego?

- Porque passaste horas a olhar para ele, as gaivotas e os patos contaram-te imensas histórias sobre ele. Podias querer que no teu sonho a tua realidade desse pelo nome de Mondego!

- Hum Hum, continuas a ter razão. Deixa-me pensar, não será fácil imaginar um mar com nome de rio. Baralha o sentido das coisas, percebes? Águas mortas, águas vivas... suavidade, silêncio transformados em agitação e muita euforia. É certo que as gaivotas continuam lá, mas dos patos nunca ouvi falar!

- És sempre assim tão complicado? É apenas um sonho.

- Poder-se-à ter feito luz...

Tive um sonho esperado, poder-se-à dizer aguardado. A palavra cabe-lhe bem. Tive sonhos que não sonhei, conseguia alcançar tudo com os meus olhos, erguer as mãos e os abraçar como se de ficção se tratasse. Tive até sonhos que nunca cheguei a ter, poderia ter medo de os receber, de desembrulhar a sua mensagem e que esta me consumisse na sua mais sincera loucura. Não sei porquê sonhei... Estava terrivelmente incomodado com a pressão de ser Eu, estava com medo de desmoronar, de me transformar numa simples ruína. Sonhei que cada pedra solta um dia poderia ser um bocadinho de ti e poderíamos falar uma só língua. Sonhei aquilo que aconteceu e aquilo que não aconteceu. Sonhei que estava a fumar um cigarro reconfortante, acalmava-me a alma e desprezava os desperdícios de pensamento, e ouvia o mar, ou seria antes rio? Não sei, mas posso não complicar as coisas, garanto-te que aquele mar era o "meu Mondego".
M.M.

Sunday, November 08, 2009

Lugar para encantos

Costuma-se dizer que é na despedida que tem mais encanto, nunca gostei de despedidas, mas gosto de um adeus sentido e sorridente em que duas pessoas têm a noção que podem estar separadas por algum tempo. Gosto de receber mais alguém na minha "casa". Tenho, efectivamente, mais duas boas almas na minha vida. Do que me lembro essencialmente... o facto de desejar que nunca mais se percam da minha vista. Começo a não ter jeito para expressar aquilo que sente por outras pessoas, em tom simples e intimista a designação de amizade.

Friday, October 30, 2009

For once in My life


For once in my life I have someone who needs me

Someone I've needed so long

For once, unafraid, I can go where life leads me

And somehow I know I'll be strong



For once I can touch what my heart used to dream of

Long before I knew

Someone warm like you

Would make my dreams come true



For once in my life I won't let sorrow hurt me

Not like it hurt me before

For one, I have something I know won't desert me

I'm not alone anymore



For once, I can say, this is mine, you can't take it

As long as I know I have love, I can make it

For once in my life, I have someone who needs me.


Stevie Wonder

Wednesday, October 21, 2009

Irreverências

Está na hora... Das mais diversas facilidades se interporem nas inúteis complexidades. Está na hora de esquecer a dor, de tomar as medidas correctas... está na hora de me dizerem "Olá" de me dizerem "adeus". Este é a temporalidade exacta para aceder aos fortes instintos e rumar a um porto seguro. Esta é a hora!
"Despeço-me com o desejo do nosso sonho não perder cor".* Ainda há boas almas no meu caminho!
A quem me desenha um sorriso, a quem continua a ambicionar a sua partilha...

Thursday, October 15, 2009

Insónias, Constatações, No tabaco!

"[04h35] Estão a demorar demais... (Rabugento.) com a história de ver os minutos a passar. [04:38] Preocupado, Contigo. Nem sei, porquê? Comigo. Talvez opte por uma corrente mais egocêntrica. Ainda se recordam de mim? [04:40] Penso. Talvez ninguém, Mas mesmo ninguém entende isto! Não é para entender.
Um dia idealizei-te, estavas entre o céu e o inferno. Sabia que o risco compensava qualquer estrago que pudesse vir a acontecer. Aconteceu, fiquei confuso, retrocedi na ideia da compensação. Na verdade, doía menos se pudesse sempre caminhar sozinho pelos trilhos de neve do Pacífico... até aí evitava olhar para lá da linha dos céus avermelhadas, a dor remota de um inferno pessoal. Penso que as ideias confessam-se em demasia a mim, chegam-me a baralhar-me com tanto burburinho inoportuno. E depois daquelas etapas complexas do "só sei que nada sei" ainda chego à brilhante conclusão que valeu a pena o risco. Mas não me sai da cabeça, o raio do burburinho que não me deixa adormecer, a ideia do "não seria pertinente que outras pessoas não se acomodassem, afinal de contas não há riscos... isto é um novo mundo e eu pensei que tivessem acomodados e felizes por viverem inseridos no mesmo". [04h58] [05h00]

Tuesday, October 13, 2009

Desabafo, tabaco e religiões antigas

Tenho vindo a questionar seriamente algumas das regras essenciais para o acordo e bem-estar da vida humana e todas as questões religiosas que podem advir de determinados actos. Dizem as religiões, pelo menos aquelas que tenho conhecimento, que a felicidade poderá ser encontrada em todo o ser humano que procurar amizade e amor no seu próximo. Supostamente esse acto deveria promover felicidade e estaríamos todos a distribuir sorrisos pelos cantos do mundo, pois bem, se assim o é tenho uma séria dúvida; Porque é que em certas ocasiões encontramos laços em alguém, nos damos e proclamamos eternidade e no fim de tudo, a conclusão é, nada mais triste do que simples adeus? Que por vezes é silencioso! O que faria a religião quando os laços que cultivámos fossem desatados como se a vida nunca nos tivesse dado uma chance de aprofundar um conhecimento mútuo do "que sou eu e do que és tu".?O que faz a religião que cultiva as regras de felicidade na amizade e amor quando nos deixa num caminho mais solitário? Acho que facilmente chegámos à percepção que a amizade pode ser uma treta! Podemos fazer-nos à vida e seguir menos protocolos, assegurar mais precauções e dizer bem alto que não gostamos de tretas, não gostamos de regras niveladas e acima de tudo gostamos de alguém que preze a amizade! "... e se amanhã já não estiver cá, achas que parti com a segurança de que ainda estavas comigo?"

Tuesday, August 11, 2009

Voo de Regresso


Dir-te-ia, secretamente, que o meu grande segredo não se pretende revelar a ti.
Despedia-me daqui, pela sombra, ao sabor da tristeza que juntei aos meus pensamentos. Apetece-me subtraí-la conjugando-a ao tempo, bloqueá-la e proclamá-la para lá dos terrores que todos invasores indiscretos me proporcionam.
Eu não sei, nem tu, onde permanece a raiz da promessa que estabeleci entre os nossos pensamentos moribundos, profundos… à relatividade daquela promessa, o acordo definido pelo desespero.
Esqueci-me, na verdade mentia a todas aquelas ideias, de todo aquele sonho que vivia em mim. Porém, numa noite, escrevi à eternidade que me devolvesse o poder de sonhar e percebi realmente que não passara de uma negação onde o objectivo era nunca mais amar-te.
Então o Pequeno Mestre voltou…
E acordou atordoado pelo abanar feroz daquele vento que se insurgia sobre a navegação do grande pássaro. Já não temia a natureza, o pássaro gigante apenas se propunha a observar espantado toda a beleza que a altitude lhe proporcionara. De certo modo, estava consciente que esta sua sonolência tinha durado meses de sonhos, promessas e mais promessas num rodar descontrolado do seu globo. Perguntava-se como teria aguentado, o frio do Inverno, as trovoadas de Outono que tanto adorava escutar sentado na sua cadeira de baloiço. Tinha saudades dela e dos cambaleios que a sua vida dava naquele ranger envelhecido da madeira. Pensamento e mais pensamento… Já não era um sonho, sentia o frio a perfurar a sua alma e instalar-se no seu coração.
M.M.

Thursday, July 23, 2009

"Eu não sei dizer"

Apeteceu-me pegar no primeiro cd dos Silence 4 e escutá-lo pela madrugada fora... tinha saudades, ando com saudade de tudo o que adoro (impressionante). Bom, encontrei lá este poema que me diz tanta coisa. Vou partilhá-lo, alguns devem conhecê-lo bem, outros nem tanto...
"O silencio deixa-me ileso, e que importância tem?
Se assim tu vês em mim alguém melhor que alguém.
Sei que minto pois o que sinto não é diferente de ti.
Não cedo. Este segredo é frágil e é meu.
Eu não sei tanto sobre tanta coisa
que as vezes tenho medo
de dizer aquelas coisas que fazem chorar.
Quem te disse coisas tristes não era igual a mim.
Sim, eu sei que choro, mas eu posso
querer diferente para ti.
Eu não sei tanto sobre tanta coisa
que as vezes tenho medo
de dizer aquelas coisas que fazem chorar.
E não me perguntes nada.
Eu não sei dizer."

A nossa temporalidade

Era tarde, muito tarde... Os olhos iam pestanejando saudações do cansaço mas o cérebro não parava de procurar as palavras naquele tesouro que outrora encontrámos aberto. Ainda é cedo, acredito nos sonhos que outrora os céus me contaram. Nunca é tarde, nunca é cedo; nunca, nunca, que relatividade deveras emergente. A música do presente tem cifras complexas que impulsionam os dedos a não parar... Acredito, sempre acreditei.

Nada mudou, muito embora sentisse os temíveis arrepios de uma sonata fria e crua a invadir todo o meu espaço sonoro, ecos de uma maior solidão, tremores de perda, do vazio...

A alma fragilizada estremeceu, a tristeza aguardada deu-me a sua mão, em suspiros contou-me que os anjos e as almas gémeas reencontram-se sempre, por mais que a distância seja a necessária, nunca será a suficiente. Nunca, nunca... Será? Sei que tive medo, outrora entrei em contacto com a culpa…

Acreditei, ainda não era tarde! As letras iam caindo dos céus e formavam a sua própria sentença, deixava-me dormir, elas aconchegavam-se em mim e eu culpava-me mais uma vez; as letras entrelaçaram-se umas nas outras e em tom de segredo contaram-me que já era tarde. Fechei os olhos... Nunca é tarde para sonhar mais uma vez!

Seremos sempre livres neste mundo submerso de sinais e desistências; Sonho, sonho... Voltei a casa, voltámos a casa juntos e eu sempre achei que era tarde, não era assim tão cedo, é agora o sujeito presente... Nele avançamos em simultâneo e observamos atentamente as paredes que com tanta intimidade partilhávamos, partilhamos... As cores, as letras, toda esta essência em cada segundo...

Será passado? Não acredito.

Tudo isto é real... Ainda somos os pequenos daquele tempo em que nos gostava-mos em abraços num daqueles sonhos dentro dos nossos sonhos. Somos tão grandes, as letras desesperam a sua proximidade. Ousa em reconhecer-me na realidade... Somos um e o outro, um só, volta ao meu caminho, reencontra-me em torno dos meus braços.

A nossa temporalidade! Nem é tarde nem é cedo, o agora é eterno...

Marco Martins

Já não é surpresa, já não é segredo... Acho que estava destinado a voltar a contar-te mais um daqueles segredos que nunca foram qualquer segredo para nós...

Saturday, June 06, 2009

Cartilha abierta a todos los mis hermanos

Open your mind, Siente tu alma, siente tu cuerpo atravesando los caminos de nuestro reino, Remember, Todos nuestros mares son infinitas... Ici, jusqu'à présent, so close... See you soon...

Friday, March 27, 2009

Cansou-se...

A Chuva…
(Suspiros suaves de ternas gotas remanesceram da imortalidade das nossas emoções)
… Que cairá dos teus olhos percorrendo as linhas da tua face…
(Sob as marcas traçadas de um sorriso tão distante de mim...)
…são go(tas)
(Aguardando um toque de salvação. Minérios desorientados pela raiz dos nossos pecados… são vozes de ajuda, de dor, a agonia em desespero)
(que) também fazem parte de mim.
(Afago-os por entre os meus dedos, esperando…)
(Espera (s)…)
(O momento mais fraterno, mais débil da tua alma que anseia por uma solução, um rumo, uma nova vida para além de um momento descontente pela angústia temperamental. Enfim…)
…Que te possam preencher esse teu vazio acumulado dos meus olhos aos teus.
Do “nosso” temporal…
(Já esperava que gota após gota preenchesse uma parte de céu que se concentrava bem dentro de ti)
…aguardava-se o desvanecer desesperado do ritmo dos nossos corações.
(Ansiosamente) por cair…

Monday, February 02, 2009

Des-Inspiração

Estava numa noite onde a inspiração desaparecera, os sons irritantemente afastavam a energia relevante dos seus pensamentos e as ideias permaneciam estaticamente desesperadas. A situação não lhe era de todo favorável, as suas expressões iam progressivamente exibindo um certo desespero à medida que o tempo se ia acumulando na progressiva escuridão da madrugada. Por momentos resignara-se, a desistência era obviamente o caminho mais fácil, talvez não o mais seguro… Desviara as letras, palavras das linhas das páginas que infindavelmente olhava sem grande utilidade. Palavras riscadas, prescritas de nada… deixaram de existir… Enfim acomodou-se no manto dos seus ternos confortos e fechou os olhos, a sua realidade desvanecera-se, agora tudo não passavam de sonhos projectados longinquamente da sua necessidade. As cores estavam distorcidas, mas reconhecidas, havia ares de uma ausência sempre presente que o reconfortava. O sonho acabou na efemeridade… desejava algumas réstias de imaginação na sua realidade. Quando os seus olhos se abriram as cores distorcidas haviam sido consumidas pelo esquecimento… Nada ficou para recriar. A inspiração não tinha regressado à sua mente, tornara-se impossível canalizar toda essa energia num simples torrão moderno de carvão… Sentado nos seus aposentos revia todas as imagens que a bola de cristal lhe transmitira, deslumbrara um reino encantado, um escritor desinspirado, um homem dedicado acompanhado de um feroz animal de estimação, um cacto bem tratado respirando a gélida contaminação da temperatura e uma princesa no topo abençoando cada um dos seus… As imagens tiveram sempre na sua presença e na medida dos possíveis escreveu o seu pequeno texto: “A ausência da presença nas submissas leis da saudade”.

Saturday, January 24, 2009

"I have a dream today"

"I have a dream today"
Martin Luther King

"Uma vez, li uma história acerca de três irmãos que tinham ido parar a uma ilha para os lados do Havai. É uma velha lenda. Li-a quando era pequeno, por isso não esperes que me lembre bem dos pormenores, mas é mais ou menos isto: Três irmãos fizeram-se ao mar, para pescar, e apanharam uma tempestade. Andaram à deriva no oceano durante muito tempo, até que foram dar a uma ilha desabitada. Era uma ilha muito bonita, com palmeiras e árvores repletas de frutos e, no meio, uma montanha muito alta. Na mesma noite em que chegaram à ilha, um deus apareceu-lhes nos seus sonhos e disse: «Um pouco mais adiante, à beira-mar, ides encontrar três grandes rochedos redondos. Quero que cada um de vós escolha um pedregulho e o faça rolar até onde lhe aprouver. O sítio onde escolher parar, marcará o lugar onde ficará a viver. Quanto mais alto subir, tanto mais vasta será a vossa visão do mundo. Sois livres de ir até onde bem entenderem.».
Tal como Deus lhes havia dito, os três irmãos encontraram três rochedos e começaram a deslocá-los. Tratava-se de pedras grandes e pesadas, de modo que não se revelou fácil a tarefa de as empurrar montanha acima. O mais novo foi o primeiro a desistir, dizendo: «Irmãos, fico bem aqui, este sítio não está longe da praia e permite-me apanhar peixe. Tem tudo aquilo que preciso para sobreviver. Não importa se não consigo ver grande coisa do mundo.» Os outros dois prosseguiram a sua caminhada, mas, chegados ao meio da encosta, foi a vez de o segundo irmão desistir. «Meu irmão», disse ele, «fico-me por aqui, onde tenho frutos em abundância. Não precisode mais para viver bem. Pouco importa se não consigo ver grande coisa do mundo.» O irmão mais velho continuou a ascensão. O caminho foi-se tornando cada vez mais íngreme, mas ele não desistiu. Era senhor de um grande poder de perseverança e estava apostado em alcançar do mundo a maior parte que lhe fosse possível. Continuou então a empurrar o rochedo com todas as suas forças durante meses a fio, mal parando para comer ou para beber, até que atingiu o ponto mais alto da montanha. Uma vez ali chegado, deteve-se e olhou o mundo em redor. Agora podia ver mais longe do que algum outro homem antes dele. Era ali que iria viver o resto dos seus dias, ali onde a erva não crescia, onde as aves não chegavam. Para beber, tinha de lamber o gelo e a água da geada. Para se alimentar, tinha de se contentar em tasquinhar o musgo da terra. Mas não estava arrependido, pois conseguia avistar o mundo inteiro. E é assim que, ainda hoje, no cimo daquela ilha, algures numa ilha do Havai, existe um rochedo enorme e redondo."

"Os passageiros da Noite",
Haruki Murakami

Tal como o "irmão mais velho", M. Luther King foi mais longe e, mesmo que a sua ascensão o tenha condenado, o esforço não foi em vão e libertou para a sua nação o seu desejo de igualdade para todos os seus "irmãos".