Thursday, September 01, 2011

Perhaps

Perhaps some day the sun will shine again,
And I shall see that still the skies are blue,
And feel once more I do not live in vain,
Although bereft of You.

Perhaps the golden meadows at my feet
Will make the sunny hours of spring seem gay,
And I shall find the white May-blossoms sweet,
Though You have passed away.

Perhaps the summer woods will shimmer bright,
And crimson roses once again be fair,
And autumn harvest fields a rich delight,
Although You are not there.

But though kind Time may many joys renew,
There is one greatest joy I shall not know
Again, because my heart for loss of You
Was broken, long ago.
 Vera Brittain

Wednesday, April 27, 2011

"Não brinques com o fogo, queimas-te"

Desde criança que fui ouvindo a seguinte frase "Não brinques com o fogo, queimas-te", com esta vinha aliada toda uma rede de consequências enunciadas pela maternidade. A primeira imagem que me surgiu foi a de pequenas chamas animadas a perseguirem-me sem violência. Depois cresci um pouco mais e vi nesse fogo um perigo à integridade pessoal de cada um de nós. Hoje, aliada a mais uns anos de vivência associo o dizer às pessoas. Demoramos tempo a associar que cada pessoa tem a sua chama e os mais frágeis acabam sempre por se queimar porque simplesmente se involvem. A minha mãe tentou ensinar-me desde criança mas não foi o suficiente, acabo por ceder a muitas placas que me dizem "Brinca com o meu fogo".

"A alma é um fogo que convém alimentar, que se apaga se não a alimentarmos". Voltaire

O meu próprio incêndio está a extinguir-se...

Saturday, April 16, 2011

O que por vezes muda uma vida...

Por ser tão assim, infelizmente, já deixei fugir tantos sorrisos.

Monday, April 11, 2011

Post-it (2)

A importância das pessoas e o valor que lhes damos, a importância que nos dão e o valor que nos atribuem. Algo que, por norma, não é linear... Recordo-me sempre disto na solidão de uma longa viagem, talvez porque nesses momentos me sinta mais "abandonado" e esquecido na escuridão que prolonga e prolonga os quilómetros. Relembra-me sempre de afastar as inseguranças do meu caminho.

Friday, April 08, 2011

Post-it (1)

Tenho desfolhado aquelas páginas por todo o lado, de forma natural, na sua antítese de trás para a frente... E por maior busca, não sei, não faço ideia, nunca mais encontrei, aquela página encantada que um dia ao fixar o olhar... o mundo parou. Vou colar-te no topo, esperar que não me esqueça, que a busca não se desvaneça numa maior perda de tempo. O mundo tarda em parar!

Friday, February 25, 2011

"Isto"

Já passaram bastantes horas, mas não é, particularmente, tarde; mesmo que os relógios indiquem o contrário. Mas para mim nunca será tarde para descer aos confins da terra e passear sobre tudo isto. "O que é tudo isto?" muitos se poderão questionar, não serão assim tantos, talvez os conte pelos dedos. Isto é algo profundo, é estritamente pessoal e fidelizado, isto é um local de memórias, de lágrimas e de sorrisos, de jardins florescidos, de raízes que perduram, de imagens e símbolos cravados nas paredes da transição. Só sabe quem por lá passou, pois são coisas que não se esquecem, que a cumplicidade não deixa de existir quando por breves momentos descemos a este lugar. A isto... onde paira a simplicidade, onde podemos sentir, num segundo, um porto seguro, um aconchego. Isto é importante... e poderia ser perfeitamente mais uma, das inúmeras paredes, que nos rodeiam.

Saturday, February 19, 2011

Era uma vez uma criança igual a mim...

"Havias muitas vezes em que se dispunha a pensar na qualidade das suas sensações e dava conta do peso que algumas pessoas tinham na sua vida, contudo não era muito de grandes demonstrações, quanto mais pesado, menos exuberante, quanto mais leve, mais espontaneamente natural. Sempre foi especialista em guardar emoções, arrumando-as em caixinhas em miniatura algures dentro de si. Espaço não lhe faltava, gostava sempre de acreditar que lhe tinham enchido em demasia o seu coração à nascença, imaginando um grande balão, sem ar, como uma grande superfície sem gravidade, do género lunar, com memórias e sorrisos a levitar no seu interior."
Sim, Eu.

Wednesday, February 16, 2011

Dia de retornar, mais uma vez.

Era tempo de retornar à realidade, de abrir os olhos e alcançar novas perspectivas. Naquela altura já me dirigia com menos frequência à enfermaria mas a cumplicidade ia sobrevivendo ao assédio do desgaste temporal onde nos encontrávamos, onde nos dissuadíamos, conjuntamente, a aspirar algo mais.

Recordo-me, perfeitamente, daquela noite, a sonolência teimava em fugir do horizonte e das insónias tumultuosas ergui-me do chão, caminhei pela terra húmida, subi uma escadaria de madeira rangente e instalei-me comodamente na soturna sala de convívio. Tudo era escuro, sentia-me mais natural se assim fosse, apenas um ponto incandescente alaranjado a brilhar entre dedos não visíveis, a voz da solidão.

Vivi vinte e muitos anos daqueles, de silêncio, de pensamentos em cadeia a envolverem-se no meu raciocínio. Chamar-me-ia complexo, um exagero do domínio da ciência psíquica que dispensava os domínios da facilidade, aqueles que descrevem uma convivência mais fácil connosco se ditarmos uma prévia exclusão de pensamentos excedentários várias vezes ao dia. E pensava nisso com bastante frequência, talvez, por isso, nunca deixasse de lado o acto de pensar.

Um, dois, três… Não sei, ao certo, quantos cigarros se destruíram naquela sala. Cheguei ao idealismo, desconfigurado, de os acender e apagar sem dar conta de nada. Estava, assumidamente, compenetrado na atmosfera e por mais bizarro que se possa pensar sentia-me de corpo e alma naquele espaço e a deslocar-me, provisoriamente, para casa. Deixara o holocausto do retrocesso para trás e vivia num mundo aparte, onde os seus idealismos clandestinos me ofereceram uma nova oportunidade de vida. No entanto continuava no mesmo local, pintado de escuro, sentado naquele sofá de pele, que da cor não me recordo, ou melhor, nem daria para recordar. Lá fora surgiam os habituais movimentos dos noctívagos mas havia algo mais e isso despertou-me e colocou-me em alerta sentido.

Ao longe ouviam-se tropas a marchar, os passos rastejantes eram mais que marcantes e iam anunciando o domínio da guerra e os desejos ameaçadores do inimigo.

M.M.