Monday, December 18, 2006

Causa Enigmática...


Existem certos momentos na vida, em que o tempo simplesmente pára, cada segundo que passa revela uma igualdade transparente acerca daquilo que realmente nos construiu. E é nesses instantes que se transformam em sombras gigantescas que nos surge a perspectiva cruel daquilo que perdemos, daquilo que não vivemos, da felicidade que fugiu porque a mão simplesmente abriu-se, e assim se foi o tempo...

"Assumo nostalgia profunda, mas sempre terei consciência que mesmo diante das sete chaves guardiãs que fecham um templo aristocrático onde vivo, sempre lutei para as encontrar, sina do destino ou não, não reclamei.
Quando o trinco se abre, só vejo um vazio... o silêncio arrastando uma nuvem de poeira, e as portas fecham-se..."

Num desses momentos de silêncio sentiu sozinho perante o nada, as palavras...

Os desejos que temos, do olhar que sentimos e dos sonhos que idealizamos. O poder dizer-te estas palavras e olhar-te, parar o tempo e transformar a nossa cena como num filme encantado repleto de efeitos especiais. Não é fraqueza, não é uma mentira. Podemos assumir que somos carentes pelo puro sentido da palavra...
Sim, gosto de ti... Sim, este é o meu desejo, o meu sonho, e dir-te-ei tais palavras inumeras vezes, até perceberes os meus sorrisos, até perceberes que o que sinto és tu, a história por acabar espera-te para a completa perfeição do romance.
As linhas ainda estão em branco... desejo-te no concreto, esperaria por ti...

As linhas essas, continuaram em branco até que os trincos ferozmente se fecharam pela noite, sem pressas e com as mãos escondidas nos bolsos avançara sem medidas, resignado e vulgarizado pela vida, sentou-se no topo da fortaleza imensa, fechou os olhos e adormeceu com a lua nos seus braços!

18/12/2006
Marco Martins

1 comment:

Catarina said...

"O despertar de um amor não depende de nós, mas mantê-lo vivo é nossa obrigação. Não basta amar. Devemos demonstrar o amor e, além disso, dizer "amo-te" muitas vezes."

É uma pena as linhas, às vezes, ficarem em branco. Há tanta coisa que as podia completar... Momentos, palavras, gestos. Resta-nos tentar completá-las antes que a o livro da vida feche e o arrependimento exista!

Texto magnifico**