O que seria de ti eterna luz cintilante se vivesses sem a bravura deste mar? Sob o teu olhar intenso descreves os teus passos mágicos na areia encharcada pelos carinhos que a tua água te presenteou, sentes o ruído dos cochichos silenciosos a entregarem-se à divina orla das ondas abençoadas, respiras esse cheiro de uma melancolia deveras intensa, poderás algum dia não retratar este quadro como uma monotonia tão feliz? Estão tão sós e tudo permanece nos seus alcances, nos palmos de terra que se esvoaçam pelo ar… A proximidade é bem diminuta, julgamo-los longínquos na sua raiz de visões, na sua contabilização suprema de quilómetros sem fim.
Veneram-se congratulando-se desse amor, amam-se invocando Vénus em todos os altares percorridos em terra ou mar, aclama-se que os seus espíritos se transformem num só corpo celestial manchado em brandas pinceladas de um brilho harmonioso; num corpo marítimo erguido por outras tintas maltratadas, vítimas de um desespero ruidoso para a alcançar.
Sobre esta noite que um Inverno de fria não implementou, baptizo-os alegremente sobre o coroado de algas dispersas entre braços, o amor, a amizade e o vosso luar. Onde as mãos destes seres se cruzam e se desejam unidas até o dia tristemente raiar.
O que seria de ti sem esta noite?
18/02/2008
M.M.
2 comments:
Tão tu!!! Adorei!*
3x a ti =)
Também falas da noite...
Para mim, há noites mágicas; nem que seja pelo "simples" facto de ser possível baptizar, pelo luar da lua, as mãos unidas ;)
P.S. *Deixei msg no teu e-mail.
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