Friday, October 26, 2012

Levin em "Anna Karénina", Lev Tolstoi

Chegando ao fim de mais um daqueles livros que se devem ler até ao final da nossa vida temos sempre um sabor agridoce: a satisfação de ter consumido uma bela história e a tristeza do fim de uma história que nos deixa com saudade tal como nos deixou Anna Karénina após o seu desaparecimento na estação de Nijni Novgorod. É tempo de recordar uma das belas passagens num retrato de vida de Levin:

"Continuarei a zangar-me do mesmo modo com o cocheiro Ivan, continuarei a discutir, a exprimir os meus pensamentos fora de propósito, continuará a haver um muro entre o santo dos santos da minha alma e as outras pessoas, até a minha mulher, continuarei a culpá-la pelo medo e a arrepender-me disso, continuarei sem compreender com a razão porque rezo, mas a minha vida, toda a minha vida, independentemente de tudo o que me possa acontecer, cada minuto dela, não só deixará de ser sem sentido como era antes, mas terá o inquestionável sentido do bem, que está em meu poder investir nela."

Lev Tolstoi, in 'Anna Karénina'

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