Wednesday, November 09, 2016

O Reencontro - Parte ...

Tinha sido há tanto tempo que até já não nos recordávamos do momento: seria noite ou dia? frio ou calor? Sol ou chuva? Passara efectivamente tempo, demasiado tempo, mas ao contrário de muitas coisas que se perdem com o desgaste temporal, este sentimento benevolente, manteve-se inalterado. É maravilhoso reencontrar alguém que nos diz tanto e reconforta e vê-lo a brilhar como outrora o fazia num outro local, num outro tempo... e pensar que o tempo passou mas a conexão continua verdadeira e real e nem os tempos mudos onde a sonata da ausência tocou apagaram uma autêntica cumplicidade e naturalidade de encarar a vida. Os dilemas esses perduram, parece que nos atolamos sempre em sensações descabidas e desnecessárias e revelamos um ao outro em confidencias os nossos perigos, receios e histórias vergonhosas... não seria natural se assim não acontecesse. Em suma, nada mudou... viveremos sempre com a consciência preguiçosa de aquela cegonha nos trouxe nas mesmas asas mas que deixou-nos em pontos de partida distintos, que o tempo nos guardará nem que mais seis anos se passem e que, provavelmente, a sonata do silêncio nos embalará de novo mas, conscientemente sabemos que apesar do tempo o próximo reencontro será vivido da mesma forma: natural, cúmplice e simples. 

Este é o Marco e aquela é a Inês, somos cúmplices de uma vida cheia de tumultuosos labirintos, terramotos inesperados e paredes deliberadamente rabiscadas e continuaremos a abraçar-nos com intensidade nos reencontros e nas despedidas... Porque é assim que nós somos.

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