Wednesday, June 20, 2012

Nenhum Olhar

As minhas palavras aqui são como as palavras escritas num papel branco que se mantém branco com essas palavras invisíveis de alguém que as leia, palavras a envelhecerem por não haver quem as compreenda, a perderem o seu significado, a misturarem-se imperceptíveis numa brisa em que ninguém repara. (…) todo o meu olhar é desperdiçado por saber que tu não vês nada.

José Luís Peixoto in "Nenhum Olhar"

1 comment:

Catarina said...

Era interessante ensinar o outro a sentir o que é ver, como os olhares peculiares veêm. Mas é preciso que os dois estejam disponíveis. Se tal acontecer, um olhar basta; se não, cada olhar é desperdiçado no tempo.