Monday, July 02, 2012

Primeiro mês, o renascer.


Ver o meu sobrinho (o mais lindo deste mundo) a crescer é numa breve e solitária palavra: maravilhoso. Se ele não fosse tão inocente e pequenino gostaria de ver também o seu tio a crescer. Como ainda parece distraído quando lhe falo das coisas sérias conto-te a ti um bocadinho da magia do renascimento... O meu primeiro mês terminou ontem, a aventura de livreiro está bem e recomenda-se e está para durar, pelo menos assim o espero. Neste fim-de-semana os meus pés desgastaram-se, reclamaram, proclamaram sossego, alguma paz... tais foram as horas em que os mantive a pressionar a Terra. Nesta feira anual da região a Livraria Bertrand estreou-se com um expositor, digamos que o sucesso está longe de ser o esperado mas a nível individual fez-me crescer mais um pouco. Ando a assentar as bases, quem diria que há um mês atrás eu  trabalharia numa livraria, falaria com um cliente com dinâmica, sem medo, olhando-o dos olhos e de uma amena cavaqueira acerca de uma temática não específica chegássemos ao senso comum? Tenho crescido, vivido, assumido mais responsabilidades, conhecido novas caras e de repente começo a perder as tão proclamadas "janelas killer" que o caríssimo Augusto Cury tanto retrata em "O Código da Inteligência". Digamos que o conceito em si está bem definido mas não foi por ler 30 páginas do livro que me libertei de uma certa parte da fobia social, na verdade estou disposto a doar o livro, alguém aceita? Não envio para os Estados Unidos da América, Rússia, Brasil... ora bem talvez fique aqui em casa a baptizar-se com alguma poeira. Outra das coisas maravilhosas destes dias foram os múltiplos sorrisos das crianças, a literatura para os prematuros tem muito que se lhe diga, tem qualquer coisa de especial e mágico, as ilustrações, as palavras simples, mas bonitas, conseguem encher o mundo de uma nova esperança, as crianças soltam sorrisos e dividem-os com os livreiros, os sorrisos são nossos, os sorrisos são deles. É encantador e lembra-me mais uma vez do "meu" pequenote, e conta-me a história de um futuro de "Era uma vez um livreiro preguiçoso e que um dia ganhou um poder, tornou-se um sublime contador de histórias, manteve-se um sonhador. Do seus sonhos rabiscou realidade, abriu os olhos e tornou-me seu, eu era pequenino, estava nos braços de uma mulher maravilhosa e o meu pai chorava de alegria. Desde esse dia somos fortes, unidos, amigos, cúmplices, família". Um dia, serei papá e serei, definitivamente, babadíssimo e crescerei mais um bom bocado mas nesse dia o meu Afonso irá perceber que o seu tio estará ainda em fase de crescimento. Vai perceber, também, que o seu tio ganhou o poder de escrever na sua vida uma conexão entre pai e filho que vidas atrás inexistira na sua vida. Este jogo das mutações é divinal, os sonhos persistem e o coração é sempre demasiado mole.

Eu.

1 comment:

Sou Eu said...

Há aquelas coisas que descobrimos por acaso e outras que vamos descobrindo aos poucos! Esta não sei se foi por acaso ou aos poucos, porque a verdade é que já nos conhecemos há algum tempo, mas tenho a sensação que não conhecia nada... Ainda bem que conheço mais um bocadinho!

E este deixou-me muito contente, mesmo orgulhosa!

Que palavras tão bonitas! Acho que tens um dom e que é uma pena não o utilizares de outra forma!