Wednesday, November 28, 2007

Choro das Árvores de Outono

Esperámos tantos meses e nem demos conta desta corrida de velocidades estonteantes com um certo sabor a loucura.

Tivemos tempo para pensar numa após outra a flutuar neste doce mar que desaparece da vista do nosso olhar e nunca nos passou sequer pela imaginação uma simples memória deste momento tão único, verdadeiramente oculto de todos os pensamentos que possamos obter na conjunção de cálculos diários, mensais, quem sabe anuais.

Então conto-vos… Ora mantêm-se intactas, ora ouvimo-las a rugir sob os impulsos das ventanias que do breve ao grave as mantêm vivas.

Chegou a bonança, deslumbre das nossas mentes esquecidas, e são tantos segundos de encanto, serão tantas imagens maravilhosas que a nossa mente vai apagar desnecessariamente. O vento saltou das brumas, elas caíam… o inevitável ser humano lembrou-se, levantou as mãos mostrando a sua pureza aos céus e abraçou todas as gotas imaginárias que a árvore largava em pequenos soluços naturais, enquanto o vento lhe gritava… a árvore chorava o esquecimento.

Sempre contaram-me que se tratava de um correr de estações, chorará por mais esta corrida infernal?

Aproveitemos a dádiva, amanhã serão recordações perdidas a rolarem através dos suspiros melancólicos do vento. Conseguirás ler o tempo?

M.M.

2 comments:

Anonymous said...

E nós estavamos la nesse momento unico em que ele abriu as mãos e abraçou cada gota... foi especial =)*

3x

Catarina said...

Se marcar os momentos essenciais no meu tempo psicológico, provavelmente saberei lê-lo. E se eu fizer isto, só apenas algumas recordações voarão "através dos suspiros melancólicos do vento".

Era ideal deixar cair todos os momentos menos bons, como caem as folhas, e renascer (guardando apenas o bonito na memória). Era ideal...


Metáforas tão peculiares =)


Bjto**