
Se bem me queres é profundo, é terno na convulsão dos sentidos… “Bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer...” a esvoaçar pela brisa suspirante na encosta do monte de prado verde florido em terra natura.
Se bem me queres é profundo, é terno na convulsão dos sentidos… “Bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer...” a esvoaçar pela brisa suspirante na encosta do monte de prado verde florido em terra natura.
Somos imagens plantadas no seio desta terra fortalecida de histórias perdidas por entre fendas cruéis ou de forma vangloriosa por entre os raios brilhantes que ainda se passeiam com ternura nos jardins mais floridos da nossa recordação. A reminiscência é doce e amarga entranha-se na alma e oferece-nos um gosto a estranheza, divaga nos organismos libertando-nos do vazio… Nostalgia? Claro! Temos tantos livros abertos, escrituras de um passado tão recente… Aquelas tardes apaixonantes em que todos os costumes eram por si nobres corações aventurados, deslumbrados por cada minuto em que o mar nos falava em murmúrios da sua pacata tristeza. Ouvíamo-lo entrelaçando os corações entre as raízes dos nossos dedos e chorávamos em silêncio a sua dor sagrada. Nostalgia presente nas memórias da sensibilidade, há quem a tema na perplexidade das lágrimas que correm sem parar na espera que a lembrança surja e lhe escoe a tortura presente no seu peito… Confia em mim, sei que percorres alegremente o meu corpo, silencia as tormentas, escreve-lhes as sonatas mais belas, em suma, reaparece numa erupção volumosa sob as ordens simples de um olhar tão forte que vindo do nada nos arrepia e nos enamora imaturamente sem razão aparente de ser… Em instantes benevolentes recriamos romance, um pôr-do-sol, umas estrelas brilhantes, uma lua, um sol e alguém sentado ao nosso lado que faça dia, faça noite jamais será esquecido… Eu lembro-me… Foram tantos caminhos felizes sem noções de um amanhã, tantas pedras invisíveis aos nossos olhos perdidos no encantamento, razões sensoriais ao nosso sofrimento. Momentos sofríveis, desprezíveis numa troca abundante de vidas e mesmo assim, mal sabem vocês das saudades que tenho de vocês… De ti, de ti… mais de ti e a ti também… Das lágrimas aos sorrisos espontâneos e sentidos, uma celebração natural das nossas palavras.
M.M.
Esse livro é ausência do sempre presente que em devaneios foi concedido ao mundo; é peripécia dos guerreiros velozes, de corpos atrozes, a combaterem as linhas impostas em mim. É chuva impiedosa vestida do nada, que em pensamentos longos nos circulam sem fim.
E o sempre presente se sustenta entre linhas e cores, sobre sorrisos e lágrimas, as palavras de um adorno eterno. Da escuridão surgiu brilho em formato de sonho e o brilho devolveu-nos a divina esperança, são as lágrimas desse livro encantado, brilhando em nós sorrisos e amizades.
E se quisesse que um dia fosse livro,
Chamar-te-ia à minha noite terna e sagrada para em breves segundos alimentarmos a nossa alma com a suavidade destas palavras…
M.M.
Born into an impoverished noble family, Vörösmarty soon had to provide for himself. From the age…
Por teu amor, / Szerelmedért
destruía a razão / Feldúlnám eszemet
e,com ela, todos os pensamentos, / És annak minden gondolatját,
e das doces imagens região; / S képzelmim édes tartományát;
alma soltava aos ventos, / Eltépném lelkemet
por teu amor. / Szerelmedért.
Por teu amor, / Szerelmedért
árvore era no cume / Fa lennék bérc fején,
de rocha,verde folhagem vestia, / Felölteném zöld lombozatját,
sofrendo raio, temporal em fúria, / Eltűrném villám s vész haragját,
e no Inverno morreria, / S meghalnék minden év telén
por teu amor. / Szerelmedért.
Por teu amor, / Szerelmedért
pedra da rocha era, / Lennék bérc-nyomta kő,
ali no fundo em chama ardente, / Ott égnék földalatti lánggal,
numa dor insuportável deveras, / Kihalhatatlan fájdalommal,
sofrendo mudamente, / És némán szenvedő,
por teu amor. / Szerelmedért.
Por teu amor, / Szerelmedért
alma solta um dia, / Eltépett lelkemet
a Deus pediria que devolvesse, / Istentől újra visszakérném,
ornando-me com virtude maior, / Dicsőbb erénnyel ékesítném
e, alegre, eu ta daria, / S örömmel nyújtanám neked
por teu amor. / Szerelmedért!
O que seria de ti eterna luz cintilante se vivesses sem a bravura deste mar? Sob o teu olhar intenso descreves os teus passos mágicos na areia encharcada pelos carinhos que a tua água te presenteou, sentes o ruído dos cochichos silenciosos a entregarem-se à divina orla das ondas abençoadas, respiras esse cheiro de uma melancolia deveras intensa, poderás algum dia não retratar este quadro como uma monotonia tão feliz? Estão tão sós e tudo permanece nos seus alcances, nos palmos de terra que se esvoaçam pelo ar… A proximidade é bem diminuta, julgamo-los longínquos na sua raiz de visões, na sua contabilização suprema de quilómetros sem fim.
Veneram-se congratulando-se desse amor, amam-se invocando Vénus em todos os altares percorridos em terra ou mar, aclama-se que os seus espíritos se transformem num só corpo celestial manchado em brandas pinceladas de um brilho harmonioso; num corpo marítimo erguido por outras tintas maltratadas, vítimas de um desespero ruidoso para a alcançar.
Sobre esta noite que um Inverno de fria não implementou, baptizo-os alegremente sobre o coroado de algas dispersas entre braços, o amor, a amizade e o vosso luar. Onde as mãos destes seres se cruzam e se desejam unidas até o dia tristemente raiar.
O que seria de ti sem esta noite?
18/02/2008
M.M.
O pequeno mestre viajava pelos ares, mas de nada se apercebia, a sua anestesia temporária rejeitava todos os elementos, todo o tempo. O tempo que não podia ver, ouvir, pesar, o tempo que não podia dividir e desenvolver num laboratório. É um sentimento sentido de nos transformarmos no que somos em vez do que éramos há um segundo atrás, transformarmo-nos no que seremos noutro segundo. O pequeno mestre equiparava-se aos hopis na sua maneira de ver o tempo, via-o como uma paisagem, está atrás e à frente de nós. Soou um alarme, o seu relógio mede-se a si próprio, o objectivo do seu relógio é outro relógio.
E o que era o pequeno mestre no nanossegundo anterior? O seu relógio teria que dar uns consideráveis passos atrás, onde encontraríamos o brilho dos seus olhos a descer de cena tal e qual como umas cortinas a fecharem-se rispidamente quando acaba mais uma peça de teatro, desde então o pequeno mestre encontrava-se inconsciente e aí alguém intrometeu-se nos seus pensamentos sonhadores, uma voz escondida entoava-lhe palavras:
- Sabes de onde vens? Precisarás de o saber, para obteres certezas acerca do teu destino!
O pequeno mestre tremia na sua inconsciência, eram questões que o seu silêncio não poderia responder. Porque se tinha ele tornado um vulto com rastos apagados? Porque não tinha reacções para além da sua pele arrepiada que de longe não saberia sequer um alfabeto digno das respostas essenciais.
- Calma, estás nervoso, nós sabemos, calma… Somos a bússola que orienta os teus sonhos daqui em diante, enviaram-nos de Orlög, somos a combinação de factores e acontecimentos que determinam o presente, em função do passado, e cria o futuro, a partir do presente. Terás consciência do teu presente? Saberás de quem são essas asas que te arrastam pela atmosfera? Então escuta-nos, seremos a tua consciência e a tua protecção quando os teus olhos de novo surgirem, escreveremos a tua Wyrd (Destino pessoal) sentadas na brilhante constelação de Órion onde teceremos com cuidado e atenção o fuso da Deusa Frigga (Senhora do Céu e do Tempo, que de tudo sabia, mas de nada falava). Mas cuidado há coisas que nem as Deusas de destino conseguem corrigir num temporal, as palavras são sentenciadas pelos fortes encantamentos de Frigga, o fuso é seu, nós só tecemos esta grande teia que se estende sobre a Terra, de leste a oeste, acompanhando as trajectórias do sol.
O pequeno mestre mostrava-se cada vez mais apreensivo nos seus movimentos e rebolava o seu nervosismo pelo dorso da ave gigante, o seu rosto mostrava-se cada vez mais esgotado, carregado de gotas febris de um suor que derivava as palavras das nobres Nornes (Deusas do Destino).
- Não te esqueças, vais-te lembrar dos nossos nomes quando olhares para Órion, Urdh (Aquilo que foi), Verhandi (Aquilo que está sendo) e Skuld (Aquilo que virá a ser). Somos o ensinamento da humanidade, a compreensão das lições do passado, o uso das mesmas no presente para que no futuro evites os transtornos do passado. Quando acordares passa a mão pelo que te rodeia e sente o bem e o mal, aí saberás tirar partido da tua consciência educada no presente.
Passados alguns minutos, acordou, abriram-se as portas do seu olhar, lá no alto brilhavam estrelas encadeadas e sem saber ao certo só soube dizer “Aquilo que foi, aquilo que está sendo e aquilo que virá a ser”.
M.M.