Thursday, December 13, 2007

Rökning Dödar: Asgard

Então o pequeno mestre reflectiu, sobre o contar incessante dos segundos, pensava na tômbola a girar e a parar sucessivamente, nas etiquetas que tinha escolhido na dissolução dos seus vícios. Divagava na junção dos papéis e na resposta misteriosa que a desconhecida lhe tinha entregue.

Havia um vasto silêncio, mas a razão de tudo estava ausente, e a sua ausência transformara-o num quadro inquisitório onde se desenhavam fogueiras de esquecimentos ardendo vivamente os processos do seu silêncio. Estabelecia-se num seio de torturas, erguido por uma enorme corda de palavras que estrangulavam as raízes da sua memória, sob formas de soluços angustiados expressos no seu rosto pálido. Ardia-lhe, doía-lhe o peito, sobre as correntes gélidas vindas de Asgård… mais uma luz que se expôs, mais um pedaço de vício que se dissolve ardentemente, uma aversão grandiosa à deusa da tômbola. Desejando que desta vez viesse também a flutuar sobre o bafo de dragão, Thor cumpriu o seu pedido exaltado e ergue-se em raios sobre os céus, concentrando o pensamento do mestre naquela imagem tão esbelta oferecida pelos senhores da divindade.


M.M.

1 comment:

Catarina said...

Muito bons os textos, continua a surpreender :)

Bem que gostava de me erguer até Asgard para poder ter a certeza se as vozes dos senhores da divindade são tão peculiares como me contaram uma vez...