Chegou a hora de te presentear meu amigo, senhor das minhas confidências, honra das minhas histórias… Hoje trago-te algo mais directo, sem palavras escondidas, ofereço-te a ti e aos teus leitores, os meus desejos e de um outro alguém, um alguém mais pequenino, ficaste com curiosidade, não foi? Eu sei que sim, sinto aí uma ansiedade a pairar no ar. Hoje temos companhia, sabes? Hoje temos uma criança a acompanhar-nos, o Natal é essencialmente delas, das crianças; hoje deparo-me a pensar, o que seria do Natal sem as crianças? O que seria desta época festiva sem os sorrisos humildes das crianças? E esta que está ao meu lado sabe sorrir por ele e pelos outros, aqui está a essência maravilhosa… Pede Afonsito, diz aos senhores o que queres neste Natal que o tio acompanha-te. Vamos fazer um jogo bonito, cada qual escreve os seus desejos para depois pendurarmos na nossa árvore de Natal imaginária. Vê como é bonita, tem tanto brilho, tantas cores, podíamos ficar aqui tantas horas a aproveitar a moleza das horas e ficaríamos encantados com tanta magia, não era? Mas não vamos ficar… Vamos lá pendurar os nossos desejos? Vamos… Pensa!
Quero algumas roupas e alguns brinquedos cá para casa.
Desejo tanta coisa, que às vezes interrogo-me daquilo que eu pretendo realmente… Para o mundo gostava da impossibilidade, a paz é algo que tanto pedimos mas é algo que nunca chegará até nós na sua totalidade; e penso neste momento naqueles que ainda choram as suas perdas, nos que nem uma família têm, nos que andam perdidos no mundo encostados numa dessas esquinas sombrias, atormenta-me… para esses só queria que o mundo lhes desse algo de melhor.
Quero que os meninos pobres tenham também algumas roupas e brinquedos.
Desejo que todos os meus amigos me guardem num manto de sorrisos, me deixem por lá a descansar no desfrute da comodidade e me acordem quando acharem por bem faze-lo.
Quero que os meus amigos estejam contentes.
Desejo de ser abraçado por tanta gente e por tantas lágrimas, que corram para mim e me digam em sussurros ao ouvido “és tanto para mim”.
Quero a mãe e o pai felizes.
Desejo a felicidade a todos os meus amigos e a toda a minha família, eles que caminham no meu castelo, ainda se lembram do meu castelo? Contava que a consoada fosse mais reunida, eu na torre olho para todos vós e choro lágrimas de alegria, acarinho as vossas imagens tentando as tocar profundamente através de gestos lá do seu alto, sou tão fraco dentro do meu forte. O meu coração que escorrega quando vos vê a todos. Ainda no outro dia pensei, será que tudo isto tem limites?
Vem meu pequeno, corre na direcção dos meus braços que eu erguer-te-ei bem alto onde colocarás a nossa estrela dourada, agora distribui os nossos desejos por este verde fascinante, a esperança da realização está dentro dos nossos corações. Anda meu pequenito dá a mão ao teu tio babado, vamos passear neste Natal e espalhar sorrisos por essas ruas coloridas. Então cantaremos o Natal…
Um sorriso brilhante,
M.M.